Pela primeira vez, a taxa de miséria caiu abaixo de 5%, chegando a 4,4%, o que corresponde a 9,5 milhões de pessoas. Além disso, 8,7 milhões de brasileiros superaram a condição de pobreza, reduzindo esse grupo para 59 milhões de cidadãos, o menor número em mais de uma década.
Os avanços se devem, principalmente, à ampliação dos programas sociais, com destaque para o Bolsa Família. De acordo com o IBGE, a extrema pobreza, ou miséria, passou de 5,9% para 4,4% entre 2022 e 2023, o que significa que 3,1 milhões de pessoas deixaram essa situação em um ano. Ainda assim, 9,5 milhões de brasileiros continuam vivendo com menos de R$ 209 por mês, ou US$ 2,15 por dia, valor que define a linha internacional da pobreza extrema.
Já a linha de pobreza geral considera pessoas com renda diária de até US$ 6,85, equivalente a R$ 665 mensais no Brasil.
### Papel do mercado de trabalho e programas sociais
A redução da pobreza foi impulsionada pela melhora no mercado de trabalho, enquanto a queda na extrema pobreza só foi possível devido ao fortalecimento das políticas de assistência social. Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro aumentou o Auxílio Brasil para R$ 600, com previsão de redução para R$ 400 em 2023. Porém, no início de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter o benefício em R$ 600.
Sem os programas sociais, a pobreza ainda apresentaria queda devido à recuperação econômica e ao crescimento do emprego. No entanto, a extrema pobreza teria aumentado, evidenciando o papel crucial das transferências de renda.
— O mercado de trabalho é o principal responsável pela redução da pobreza, enquanto os programas sociais têm impacto maior na redução da extrema pobreza — explica André Simões, analista do IBGE.
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